Não, eu não jogo futebol.
- Meline Lopes
- 18 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

Quarta-feira, 25 de abril de 2018, dia de semifinal de Champions, dia em que o Bayern se preparava para encarar o grande Real Madrid, dia em que estava fazendo a manutenção das minhas unhas em gel. E o que uma coisa tem a ver com a outra? Você vai entender.
Todos que me conhecem sabem o quanto sou apaixonada por esportes. Infelizmente, não me tornei atleta, mas acompanho absolutamente todos as modalidades esportivas que posso, o futebol entre elas. Em minha casa, a programação é esportiva o dia inteiro.
Nesta quarta-feira, enquanto fazia as unhas, sintonizei no meu app de esportes e prontamente me organizei para fazer o que adoro, enquanto enfrentava a longa jornada de manutenção das unhas, perdoem-me meninas que curtem, mas para mim é um grande sacrifício ficar horas no salão. O jogo começa, a manicure grita, "lá vem ela com essa doidice"!
Lá pras tantas entra uma cliente, dá boa tarde, olha pra mim e diz:
- Nossa, é mulher e vendo jogo?
Olho para ela sorrindo e volto a me concentrar. Eis que não satisfeita, completa:
- Você deve jogar, né? Pra gostar de jogo...
Eu nunca joguei, morro de medo de bola, embora hoje esteja tentando contratar um professor de vôlei para quebrar essa barreira (e para me realizar). Comecei a minha vida profissional aos 18 anos dentro dos gramados em Recife, enquanto repórter esportiva de uma afiliada da TV Band, cobria Náutico, Sport e Santa Cruz diariamente, ouvia resenhas esportivas, estudava esquemas táticos, fiz curso de treinador de futebol. Em Maceió , eu e uma amiga idealizamos um blog só para falar do esporte (que é uma paixão em comum), nunca colocamos o projeto em andamento.
Estamos em meio à Copa/Liga das Nações de Vôlei, meu coração explode de felicidade ao ver a grade de programação repleta de maravilhas para assistir. É meu, eu sou assim, amo ser assim. Não aceito que ninguém repreenda o que me dá prazer, o que me deixa feliz. Tantas coisas que vejo os outros fazendo e não concordo, mas jamais ousarei fazer comentários preconceituosos ou recriminar o gosto alheio.
Falamos tanto em sermos donas de nós mesmas, falamos tanto em sororidade, apoio mútuo, não deixemos que nos imponham crenças limitantes e nos rotulem. Não deixemos que nós mesmas sejamos as responsáveis por impor essas crenças a outras de nós. Imagina se ela soubesse que fui sozinha assistir ao Real de pertinho, ao vivo e a cores, lá no Santiago Bernabéu, em Madrid, na grande estreia do trio Kaka, Cristiano Ronaldo e Benzema...
;)
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