Como vivi tanto tempo sem o empreendedorismo?
- Meline Lopes
- 7 de dez. de 2018
- 3 min de leitura

Você começa a trabalhar. Sua cabeça gira de tantas ideias novas para implementar e ajudar sua equipe a se desenvolver, fazer a diferença na empresa que te contratou e mostrar que é uma super profissional: esse é o lema.
Você apresenta as suas ideias sempre consegue, algumas são desconsideradas: "impossível"! Outras são combustível para dizerem "quer aparecer, mal chegou". Uma ou duas ideias é que são tratadas com respeito. Você corre para implantar e descobre que meia dúzia não tem interesse em colaborar, outra banda quer que de errado, a turma do fundão sem sabe e nem quer saber, um ano depois você consegue ver algo ser posto em prática, mas TOTALMENTE diferente do que foi concebido, afinal "a burocracia é assim, nossa empresa tem processos lentos e você precisa respeitar e se adequar, não questione". O lema agora é: preciso aprender a conviver com frustrações.
Chega um dia em que você começa a entender o porquê de alguns de seus coleguinhas serem tão encostados e descrentes, "quanto balde de água fria já jogaram na cabeça deles em tantos anos de empresa?". Suas ideias surgem e cobertura pensa: "nem adianta, já sei no que isso vai dar", aí vem o anjinho e diz: "tenta mais uma vez!". E chega ao cúmulo de ouvir que "não é paga para ter ideias, mas pra faturar custe o que custar, até mesmo sua saúde, é que tem um monte de gente querendo emprego, se não se adequa, pede pra sair". Você, com medo e sem enxergar além da porta muda o lema automaticamente para: "preciso sobreviver dia a dia durante esse longo período de oito horas, afinal, preciso do dinheiro". E acaba se tornando aquele profissional que você vivia criticando.
Você se identifica com a situação? Isso é normal no mercado? É. É certo? NÃO. A culpa é da empresa? Não. É sua? SIM! "Meu Deus que pessoa injusta, você não leu o que está escrito?". Acalme-se.
Ninguém pode achar normal viver em um ambiente nocivo às saúde, ninguém pode achar normal ser tolhido, ninguém pode achar normal ser tolhido. Ninguém pode achar normal ter que fingir ser uma pessoa que não é. Você precisa de dinheiro, todos nós precisamos nos sustentar. Mas sabe aquela história de que se você tem que ser uma pessoa diferente para alguém te amar, não amam você, amam essa pessoa que não é você?! Pois bem, você se tornou uma pessoa menos eficiente, menos enérgica, frustrada, descrente, querem que você seja essa pessoa e a culpa de se deixar levar é sua que não enxerga além da porta.
Ontem li que um multimilionário da China disse que se oferecerem banana ou dinheiro a um macaco, ele fica com a banana, não há a noção de que ele pode comprar muuuuuito mais banana com o dinheiro. E se oferecerem a um humano um emprego ou um negócio, ele fica com o emprego pois falta a noção de que com o negócio pode faturar muito mais que com o emprego.
E olhe que o dinheiro É O ULTIMO ASPECTO. Afinal, o empreendedorismo não é um mar de flores. Minha mãe já investiu tudo e já perdeu tudo, arrepiou os cabelos quando falei em empreender. Estou falando é de chorar aos domingos por ter que trabalhar no outro dia. Estou falando é de desenvolver alopecia, gastrite, psoríases, estou falando é de desenvolver alergias e abrir mão da sua felicidade.
Pois bem, segui o conselho do chefe e saí. Saí para encontrar o meu caminho. Saí para mostrar para mim mesmo que eu sou paga para ter ideias sim, e que minhas ideias são maravilhosas.
Saí para perceber quem eu sou de verdade e para mostrar a mim que é possível ser feliz todos os dias quando se faz o que ama. Li num livro que "só os incompetentes têm medo de receber trabalhando pelo próprio resultado". Quando li, a frase me incomodou, eu estava no time do sujeito da oração. Hoje a frase me é um estímulo, eu sou COMPETENTE, oras, e ninguém pode dizer que não.
A Arca me permite ser quem sou todos os dias. Me permite colocar minhas ideias em prática diariamente. Me permite ganhar dinheiro para dar ideias (me disseram que esse não era o certo), me permite desmontar tudo e montar no mesmo dia. Me permite mudar, me permite tudo o que não seja proibido até o limite dos meus sonhos. Mas o melhor, não me permite que ninguém me diga o que posso ou não, fazer. Eu aprendo tentando, eu aprendo errando, eu aprendo acertando, mas eu não aprendo me tolhendo.
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